POESIA DO BRASIL

Carlos Said
JORNALISTA E PROFESSO

No Dicionário Enciclopédico do Gurgueia,
responsabilidade do historiador
Jesualdo Cavalcanti Barros (Corrente,
Piauí, 1940), defensor intemerato pró-criação
do Estado do Gurgueia (Piaui dividido),
encontramos palavras que traçam os
contornos da região abrangendo 87 municípios
incluídos no projetado trabalho do ilustre
correntino e, naturalmente, o perfil
da gente sul piauiense. Exemplo para os
jornalistas isentos de paixão e acolhedores
da importância que expressa o desfecho
da árdua tarefa entregue às exigências
da singularidade do povo cativado pela
criação do Estado do Gurgueia.1 – W:
“Antiga letra do alfabeto, substituída ora
por ‘U’, ora por ‘V’, na ortografia oficial. Figura
em palavras derivadas de nomes próprios
estrangeiros que o contêm”. 2 – Xerentes:
“Índios que habitavam os sertões
de Parnaguá”. 3 – Y: “Antiga letra do alfabeto,
substituída pelo “I” na ortografia oficial.
Figura frequentemente utilizada em
palavras derivadas de nomes próprios,
estrangeiros que contêm”. 4 – Zabelê:
“Lenda indígena envolvendo Zabelê, filha
do chefe da tribo dos Amanajós e Metara,
índio da tribo dos Pimenteiras e, ainda
Mandaú, da mesma tribo de Zabelê. Mandaú
e Metara lutam e morrem pelo amor
de Zabelê. A lenda afirma que Tupã, adorado
pelos índios, fez Zabelê cantar – até
hoje -, a tristeza do seu amor infeliz”.
Incluído que foi no excelente livro
“Poesia do Brasil, volume 11 do “Proyecto
Cultural Sur Brasil”, consequência do
XVIII Congresso Brasileiro de Poesia, evento
realizado em Bento Gonçalves, progressista
cidade do Rio Grande do Sul,
outubro 2010, Diego Mendes Sousa (Parnaíba,
Piauí, 1989), está incorporado à
plêiade internacional dos fantásticos poetas
contemporâneos que enriquecem a literatura
cultivada no Brasil, França, Portugal
e Espanha (logo, logo, os homens de
letras chegarão aos países mais exóticos
do planeta). Não faltando Uruguai, Peru,
Estados Unidos, Inglaterra, Alemanha,
Suécia...). Na sua formidável afirmação: “A
minha poesia é um testemunho de mim
mesmo”, Diego Mendes Sousa trouxe a
lembrança da augusta afirmação de um
dos maiores literatos da Argentina, o genial
Jorge Luís Borges (Buenos Aires,
1899-1986): “A poesia é um hábito eterno
que não precisa inspirar-se na realidade
externa”. Portanto, escrever mais sobre o
principesco poeta jovem de Parnaíba,
Piauí, é como que colocar em cena o seu
“Labirinto”, salto para o sucesso enquanto
vida tiver o seu bendito coração sublimador:
“Sonhava/ O tigre e suas garras/ A
pintura vibrante/ Nos olhos e nos seios/
“Foram devagar se constelando/ As rosas
e as confidências/ E os testamentos e os
passos/ E a matéria e os cachos/ As uvas
intangíveis/ A redoma do amante/ A brotação
do ouro/ Essência e ventura/ O que
dizer?/ Amarga e fere/ Sozinha a própria
dor casta”. Por fim, os poemas do erudito
parnaibano: o d´agora e “Fugaz”, “Narciso”,
“Margem”, “Oferenda”, “Visita”,
“Dois navegantes nas estrelas” e “Remoinho”,
apresentados no livro: “Poesia do
Brasil”, volume 11, são todos inéditos.
Na Paremiologia Nordestina, livro do
folclorista Fontes Ibiapina (João Nonon de
Moura Fontes: Picos, Piauí, 1921-Parnaíba,
Piaui, 1986), pouco conhecido em nossas
plagas, mas divulgado como buliçoso no
vasto território brasileiro, a má conduta do
indivíduo foi analisada e definida como hereditária:
1 - “A raça não nega a traça”. 2 -
“A raça puxa mais que cem bois”. 3 - “Casa
de pai, escola de filho”. 4 - “A pinta que
o ovo tem o pinto nasce com ela”.
5 - “Do pau torto, até a cinza é torta”. 6
- “Está na massa do sangue”. 6 - “Pau que
nasce torto morre torto”. 7 - “Filho de peixe,
tubarão se torna”. 8 - “Pai ruim, filho
pior”. 9 - “Família má não nega herdeiro”.
10 - “Se pai pobre, filho é pedinte”.
Poesia do B
rasil
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