Preciosíssima

Quando passas, quase não dá para controlar o ímpeto. São muitos sentimentos. O coração pulsa violento, é muita coisa com força.
Quando chegas, é um revelar total, é a desmistificação de tudo. Guardas tantos segredos que se eu pudesse tê-los-ia como relíquias, porém, revelas todos sutilmente, numa sensibilidade infinda.
As verdades são tuas. Virtudes pairam em ti e convives com naturalidades. Sorriso, uma das belezas espontâneas. Franqueza, porque és nobre. Mulher, porque és suave. Bela, um vulcão em erupção.
Mar agitado e calmaria. Movimento clássico. Dança de tudo. Fêmea em busca do seu ideal.
Adjetivos que são teus. Não és comum, nem tampouco procuras exaltação. És pura essência e eu te quero pela essência. Debulhas carinho, semeias meiguice. Louca és a lua, vagando majestosa pela
noite dos amantes. És a noite despida, silenciosa desvairada em busca das estrelas.
Tu és a estrela. Em ti estão todos os brilhos de todos os astros. Vem me ilumina como iluminas todos os seres do universo. E eu te quero brilhante, diamante raro. Feitiço bom da madrugada enluarada
na saga dos apaixonados. És o ouro da terra, o sal e o doce. Águas dos rios. Rubi, esmeralda, jade, marfim e eu te quero preciosíssima.
Vem cá mulher, vem fazer feliz este pobre poeta, aprendiz das tuas palavras, que tua voz avassala meus sentimentos. Teu olhar me convulsiona, arrepia-me; exala em mim o teu cheiro forte de amor.
Quero caminhar em tua direção feito tropel de elefante charmoso, elegante, colhendo ervas na savana perfumada do teu coração.

(Renato Gusmão)